Utopia

Quando minhas lágrimas de cristal líquido

Caírem sobre tua alma de tela plana

Talvez então o dia em cores néon amanheça

E o brilho de teu biônico olhar reflita-me a luz do sol

Quando minha saliva de gasoso carbono

Atingir o céu de tua boca cibernética

Talvez então a modernidade entardeça

Dentro desse nosso global arrebol

Quando meu imune sangue plasmático

Manchar tua tecnológica pele sintética

Talvez então todo implante anoiteça

Dentro de teu criogênico lençol

Quando então meu esperma de cromo

Atingir teu óvulo de espesso metal

Talvez na gestação dessa madrugada

O feto não mais se conserve em formol

Quando os sonhos não forem mais alienados

Por mensagens oriundas do ópio televisão

Os seres humanos deixem de ser teleguiados

Abandonem os modismos e sigam a razão

LEILSON LEÃO

Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 02/07/2007
Reeditado em 20/05/2008
Código do texto: T549592