Part'ilhas...

Desde desordeiros pelo Uni-versus

presenciei clarões, clarividências

pascácios, ressacas e insônias...

Escutei címbalos e cítaras

por unanimidade me permitiram

dialogar entre seixos, sem língua

nem lábios nem palavras...

Nisso, o rio remando

compadecido contra as chagas

do velho poço poluído

os reflexos do dia contidos

em simples trombetas de flandres

à mercê do ocaso lagrimoso

Vem a noite com seus olores

regurgitando boêmios, Profetas

Pastores, concubinas e demagogos

outros desiludidos em seus veleiros

num Mar-Cáspio e raso

tudo a esmo nas pedaladas

de vagabundos e de petroleiros

do nada... faço parte da terra-do-nunca

traço a rota, desfaço o prumo

aqui, eu nunca sou Eu! ora, por dura-lei

nada sei de mim...

nem doutros bichos

que eu nunca fui...

Não sei nada d’ilhas!!!

mui menos d’alguma

ilha-beata infestada

de corvos e de crocodilos

O que se junta a tudo isso

são os dentes dos pernilongos

e o carpido doutros bichos

aos trapos, todos... todos...

Oh! todos traiçoeiros!!!

Gilberto Oliveira
Enviado por Gilberto Oliveira em 27/12/2015
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