Carretéis de nuvens
Talvez um dia, sejamos como pássaros,
Á voar pelo infinito deste azul sem fim,
Catando nuvens brancas, para construir nosso ninho,
Ou desfiando o vento para tecer nossos sonhos.
Talvez um dia, poderemos ser como as árvores,
Rasgando a terra para ver a luz do novo mundo,
Cortando o vento para lá de cima, observar o tempo,
Ou ninando o sonho dos pássaros em ninhos de algodão.
Talvez um dia, seremos como gatos preguiçosos,
Esticados no sofá na espera de um fio de lã,
Para enrolar casacos sem pé nem cabeça,
Ou caçar passarinhos ninando nas árvores em nuvens de algodão.
Talvez um dia, sejamos como cães raivosos,
Fiéis aos seus donos maltrapilhos sob a ponte,
Perseguindo gatos preguiçosos envolvidos em teares,
Ou fiando algodão em árvores balançantes ao vento.
Ou apenas dois corpos sobre uma parede de molas,
Que como ondas nos jogam contra o céu, ao encontro de nuvens de algodão,
Choramingando pelo vento, que abraça um só corpo,
Embevecendo as almas de amantes, que voam sem limites.