Outras horas...

Oh! cuco nefasto!

Vossas vestes de cetim

Esse tempo... esse badalo

de chumbo, repiques inúteis

Hora nula dentre dédalos?

Entretanto,

Arabescos, algazarra

Alfazema e algaravias

Faças chuva ou não faças

A odisseia

continua a mesma...

cada dia, novos guerreiros

novas carruagens

Trem-bala sem timoneiro

na rota dos colibris

Indo e vindo pêndulos

Pedras em desassossego

Cisnes negros e mulas

Sob olhares vesgos...

Lêmures às lamúrias

nesse concerto sem nexo

de cascavéis insones

Ah, dupla voz entre

chocalhos e ilusões

Donde em desatino

As aves de bronze

degustam as vísceras

dos abutres, de Orfeu

do Corifeu e de tudo

Gilberto Oliveira
Enviado por Gilberto Oliveira em 04/12/2015
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