DELÍRIO
De pé todos juntando as palmas das mãos
Aplausos
Deus! Este povo está delirando!
Está pensando
no que não pode ser
Por que não?
Porque somos tão miúdos
Somos absurdos
Contrassenso
Eu penso
Que vou desistir
Desistir da labuta
Desistir das palavras
...
Alguém me puxa
E é pelas orelhas
Junto as mãos e também aplaudo
Entro na ciranda
Ciranda de pedra
De sal
Penso
Insisto em pensar
No bem
No mal
Mas finjo
Finjo que tudo é natural
...
Repercute o som através de cortinas
Cortinas energéticas
Alcançam espaço outro
Continuo pensando
Sou mesmo um anjo torto
Sou daqui, de lá
Sou este ser suspenso
Penso
E sigo rodando na roda
Da vida, da morte
Somos os escolhidos
Os recolhidos
Dentro de nós mesmos