DELÍRIO

De pé todos juntando as palmas das mãos

Aplausos

Deus! Este povo está delirando!

Está pensando

no que não pode ser

Por que não?

Porque somos tão miúdos

Somos absurdos

Contrassenso

Eu penso

Que vou desistir

Desistir da labuta

Desistir das palavras

...

Alguém me puxa

E é pelas orelhas

Junto as mãos e também aplaudo

Entro na ciranda

Ciranda de pedra

De sal

Penso

Insisto em pensar

No bem

No mal

Mas finjo

Finjo que tudo é natural

...

Repercute o som através de cortinas

Cortinas energéticas

Alcançam espaço outro

Continuo pensando

Sou mesmo um anjo torto

Sou daqui, de lá

Sou este ser suspenso

Penso

E sigo rodando na roda

Da vida, da morte

Somos os escolhidos

Os recolhidos

Dentro de nós mesmos

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 03/12/2015
Código do texto: T5468748
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