FANTASMAS BARBADOS

Trens fantasmas atravessam as entranhas do Olimpo, pululantes de mortos-vivos,

cobertos pelas carrancas doidivanas dos fumadores de carências industrias,

bato, bato, bato palmas nos portões da falência imponente,

cujos apitos-carnavalescos esparramam loucas bichonas

felaciando nos bancos das praças como se fossem trepadeira invadindo

os halloweens escorregadios no meio das coxas das ninfestas.

Aonde estão os visionários, libertadores, gurus, revolucionários que levitavam?

Alguém escapou da insanidade do pessimismo mercantilista?

Existem piratas nos mares fora do delírio,

ou a esperança é finda?

Avancemos na estrada, equestres das motocicletas!

injetando o fogo das nossas espadas de anjos vociferantes

pelas goelas de menininhas safadas, que içam a bandeira

da putaria na moral rasteira dos padrecos do ufanismo babador de ovo do Poder.

Dancemos aonde outros marcham, atirando crânios e flores pelas escadarias,

bebemos, bebemos, e a eternidade não abre a porta,

exiba-se o sexo emberebado no meio da rua

mordendo as bundas tatuadas das madames bem-pagantes,

o tempo é dúvida decidida.

Gurus peidorrentos baforejam charutos enrolados da maconha otária dos incautos,

num epílogo vigarista e bêbado, assexuado na tara pela mulher,

tirano no medo, fumegando fantasmas barbados de miséria,

porque a divisão do universo entre a mulher e o motor louco

desmonta o esqueleto dos dinossauros da consciência oficial.