UTOPIAS
Sob as curvas barrentas da China,
dorme o Paraíso;
sonha devagar,
no ventre de couro do katrina;
embrulhado pelo manto tilintante de granizo.
Ele vê oscilar a Sublime Luz,
ela se esconde nos átomos do Vão,
perdida no caos,
chora ante as cinzas do Vulcão.
Ele vê Deus!
Tomou juízo e dorme finalmente,
pôs em coma suas utopias.
Ele ressona baixinho,
aquece com o hálito
suas mãos já necrófilas e tão frias.
Ele vê a Estrela!
Sonâmbula,
foge pela Via,
traiçoeira,
esconde-se no dia ,
levando nas costas,
os árduos afazeres da mordomia.
Mas de repente,
ele vê Sophia,
no silencio,
ela assobia,
deleitando-se com a ópera estelar da Boemia.
Os trovões berram,
o Paraíso acorda,
Mãe Madrugada diz :
''Desperta criança!''
''Já se foram os dias!''
Carrancudo, ele chia,
e volta a sonhar com os tempos
em que nada existia.
Era apenas ele e Sophia,
namorando,
nos Lupanares denotativos da Poesia