REFUGIADOS DO ALÉM

Depois da vida a morte

E depois da morte há vida?

É como uma máquina de encher salsicha

A gravidez humana?

Então o que dá vida a vida é o sexo

Há nexo nesta ferida sempre aberta?

Como uma fabrica de sêmens a reciclar humanos...

Então perdemos mais não nascendo milhões

E morremos muito mais não vivendo nos culhões da pátria?

Apenas um ou dois chegam nas trincheiras ovulares da civilização

Por isso a vida está tão banal como uma masturbação?

Morrendo qual refugiados em mares salivares de uma travessia

Que não alcança o outro lado da terra prometida de pão e vinha

Simplesmente porque estava dentro de um bote salva-vidas

Que ao invés de alcançar o almejado monte de Vênus

Morrera asfixiado dentro de uma camisinha...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 21/11/2015
Reeditado em 21/11/2015
Código do texto: T5455909
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