REFUGIADOS DO ALÉM
Depois da vida a morte
E depois da morte há vida?
É como uma máquina de encher salsicha
A gravidez humana?
Então o que dá vida a vida é o sexo
Há nexo nesta ferida sempre aberta?
Como uma fabrica de sêmens a reciclar humanos...
Então perdemos mais não nascendo milhões
E morremos muito mais não vivendo nos culhões da pátria?
Apenas um ou dois chegam nas trincheiras ovulares da civilização
Por isso a vida está tão banal como uma masturbação?
Morrendo qual refugiados em mares salivares de uma travessia
Que não alcança o outro lado da terra prometida de pão e vinha
Simplesmente porque estava dentro de um bote salva-vidas
Que ao invés de alcançar o almejado monte de Vênus
Morrera asfixiado dentro de uma camisinha...