AlÔ

Ouço risos histéricos que congelam os dentes,

doentes,

numa noite fria aquecida por um gole de vinho tinto que não seca...

O copo acabou de quebrar! Cacos de vidro,

coração perdido...

Levado por um deus bandido que me faz delirar num gozo tido no sonho que me sufoca e afoga a angústia do acordar em lembranças de respostas escondidas...

...Escondidas por um garoto atrevido

que me acerta como um alvo fácil em plena luz do dia.

Corpos em movimento suados de prazer...

Mais um delírio, um desejo...

Uma buzina que toca, eu me assusto!

O carro passa sem direção, atropela o vento,

na esquina,

numa velocidade incontrolável. Onde em um boteco qualquer... as risadas... dadas...

...não fazem sentido...

Arrisco!

Disco!

E digo Alô!