ODE À CIDADE
(para o meu amigo PH)
a cidade cospe suas evidências
intensões
desatinos
em pleno o dia...
a cidade jorra seus interesses
desilusões
arquiteturas planas
em pleno o dia...
quando chega a noite
não é diferente,
tudo se resume a isso,
só que duas ou quatro vezes mais
e
até mesmo os loucos nos velhos
M A N I C O M I O S
poetizam suas histórias
inspirados em cada momento
da cidade que se faz tão longe
e
até mesmo tão perto...
a cidade à noite é a mesma
só que com várias
facetas
modos
e
expressões...
a cidade à noite é a mesma
só que há tantos reflexos
e
inspirações
que nem mesmo um caderno
de cem folhas
daria conta de tanta coisa...
a cidade à noite é a mesma
e
é outra
para aqueles que sempre nela
esperam alguma coisa...
vozes...
palavras...
fome...
sede...
intervenções...
tudo é feito por um novo olhar...
ou mesmo por um novo ouvir
e
também por um novo pensar...
a cidade à noite é a mesma do dia
só que por ser talvez "silenciosa"
ninguém repara o que ela traz de diferente
:
poemas...
versos...
cores...
percepções
e
porque não dizer
decepções
divertimentos
angústias
aniquilações
desejos
que se foram
e
quem sabe um outro dia (ou uma outra noite)
voltem aos mesmos braços
daqueles
que deixaram que fossem...
a cidade à noite
I N S P I R A
I N S P I R A
I N S P I R A...
a cidade do dia
P A S S A
P A S S A
P A S S A...
muitos não reparam...
nem eu...