Apatria

Enerva

o tempo de acordar.

As campânulas estão sofrendo.

Tudo corre e o tempo para.

para qual doce, qual recreio?

Não voltam as flores, não se abrem as janelas.

Tudo pesa sobre a grama, como chumbo,

os pés, as sementes.

Nada brota, giram os carrosséis

e os cavalos mortos se soltam,

sem saber para onde vão.

Não vejo senão suas sombras,

perdendo-se no vazio da caminhada.

Acordamos ou não?

O pesadelo do tempo dormindo,

conosco.