Os ombros suportam o niilismo
Estou em um tempo que sou: meu Deus.
Tempo de absoluta depravação.
Tempo em que não há mais: meu amor.
Porque o amor resultou sexual.
E os olhos só vêem.
E as mãos tecem apenas o rude lucro.
E o coração apenas bate.
Em vão esperanças batem à porta, não abrirei.
Fiquei sozinho, a luz apagou-se,
Mas na sombra meu escárnio resplandece enorme.
Sou todo certeza, já não sei crer.
E nada espero além de minha sina.
Pouco importa a vida, pra que a vida?
Meus ombros suportam o cepticismo(absoluto)
E ele pesa mais que a foice da morte.
As religiões, as ciências, as razões se perdem,
provam apenas que as dúvidas prosseguem
e ninguém se libertou ainda.
Alguns, achando bárbaro, o espetáculo,
preferem (os tolos) acreditar.
Chegou um tempo em que não adianta a fé ou a ciência.
Chegou um tempo em que o questionar é a ordem.
A vida apenas, pó ao relento.
(Lucifer yn life)