Os ombros suportam o niilismo

Estou em um tempo que sou: meu Deus.

Tempo de absoluta depravação.

Tempo em que não há mais: meu amor.

Porque o amor resultou sexual.

E os olhos só vêem.

E as mãos tecem apenas o rude lucro.

E o coração apenas bate.

Em vão esperanças batem à porta, não abrirei.

Fiquei sozinho, a luz apagou-se,

Mas na sombra meu escárnio resplandece enorme.

Sou todo certeza, já não sei crer.

E nada espero além de minha sina.

Pouco importa a vida, pra que a vida?

Meus ombros suportam o cepticismo(absoluto)

E ele pesa mais que a foice da morte.

As religiões, as ciências, as razões se perdem,

provam apenas que as dúvidas prosseguem

e ninguém se libertou ainda.

Alguns, achando bárbaro, o espetáculo,

preferem (os tolos) acreditar.

Chegou um tempo em que não adianta a fé ou a ciência.

Chegou um tempo em que o questionar é a ordem.

A vida apenas, pó ao relento.

(Lucifer yn life)

Paxe
Enviado por Paxe em 24/06/2007
Reeditado em 13/03/2008
Código do texto: T539179
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