VIAGEM SURREAL

VIAGEM SURREAL

Sob a lua afastei-me sem despedidas

Acompanhei um sulco aberto no céu

Nesta viagem cruzei luzes estranhas

Assim não basta ter pressa e nem esperar

Neste emaranhado de retas e curvas

É vã a tentativa da menina de tranças

Na minha real função de consumo

Sou testemunha do amanhã surreal

Obriga-me de domir sobre o mármore

A propaganda faz vergonha na donzela

Mira a laser faz caminho na poeira

As perdizes em voo são alvo fácil

Vegetei entre mitos e obcenidades

Privado de gestos ao recitar meu poema

Qualquer título tornar-se-á efêmero

Cuidado: vidas são teleguiadas a cabo

Torna-se necessário a máxima paciência

Morte não confirmada prolonga a agonia