COLHEITA

Es(colho-me)

dias e noites

vento leve e furacão

pétala suave e espinho

es(colho-me)

na palma da minha mão.

Es(colho-me)

solar e enluarada

palavra dita e calada

verão e primaverada

es(colho-me)

em cada estação.

Es(colho-me)

em mim e em mim

corpo e alma

louca e sensata

es(colho-me)

em minha emoção.

Es(colho-me)

labirintos e estradas

azuis e cores desbotadas

risos e lágrimas

es(colho-me)

no meu turbilhão.

Es(colho-me)

livre e encarcerada

nascente e desarraigada

chão fértil e precipício

es(colho-me)

de mim sensação.

Não há certeza no que se colhe mesmo que se plante sementes d'amor.

Aglaure Martins
Enviado por Aglaure Martins em 22/09/2015
Código do texto: T5391173
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