BREVES E PASSAGEIROS ESTARES
... porque a música,
nem o amor, nem a angústia e a dor,
nem nada que se nos emerja
pode vigorar ao eterno;
porque sequer
o momento seguinte
pode ser considerado realizável
sob quaisquer aspectos:
eis que nos devamos
abandonar todos os sismos e chuvas
– e todo sentimento jogado
ao posterior –,
e nos enlaçarmos com vigor
à única coisa que, menos incerta,
temos nesta vida:
o presente momento.