O poço
Levado com violência,
Alguns dentes arrancados,
Sou carregado,
Para um lugar estranho...
Os gritos de dor,
Dominam o lugar,
O som de carne dilacerada,
Posso ouvir de longe...
Minha cela é totalmente escura,
Sou espancado,
E levado para outro lugar,
Onde cadáveres tentam ganham vida...
Fui jogado em um poço,
Muito fundo e muito frio,
O escuro esta entre nós,
Meu fim...
Aqui eu estou no fundo de meus pesadelos,
Sem ar e luz,
Cercado por uma entidade que ama o escuro,
Sinto cheiro de cadáveres...
Mas o pastor me ensino ter fé,
Então espero sair daqui,
Mesmo sendo culpado,
A fé me ergue.
No fundo do poço,
Eles tentam me afogar,
É uma briga longa,
Sem luz, só grito...
Vejo criaturas,
Se passarem por humanos para sair daqui,
A escalada é cheia de dor,
Vejo eles subirem,
E logo caírem...
A figura mística da morte vem,
Ceifando mortos,
Não tenho como escapar,
Corro para as montanhas,
Mas sinto a foice me dividir ao meio...
Estou perto de meus entes queridos.
Mas não posso chamá-los,
Estou correndo da figura da morte,
O poço é fundo e não posso ver a saída...
No escuro e desespero,
Tento viver,
Sinto a água fria,
E as mordidas dos cadáveres...
Sufocado eu estou,
Vendo a luz La em cima,
Afogando-me com os mortos.
Tento escalar o poço,
E logo caio,
Muitos me xingam,
É uma guerra pela vida...
Sou pisoteado,
Afundado na lama do poço,
Olhando para cima,
Vendo aqueles que morreram...
Sou afogado em águas cheias de magoas,
Tento me agarrar em um vivo,
Mas é em vão,
Estou sozinho...
Desisto da vida,
Agarrou-me em um fundo sombrio,
La no fundo,
Eles me esperam.
Mergulhando em cadáveres.
Este é meu fim,
Triste como a lua sangrenta,
Deito-me com os mortos...
Cristiano Siqueira 13/09/15