COPO DE MÁGOA
Me perco, às vezes
buscando esse copo
e minha mão
não se abre
Esmurro
de punho fechado
estilhaçando
o que vejo
Às vezes, o copo
me foge das mãos
e a minha busca
não é nada
Quebro tudo
que ao punho me cabe
e a minha mão
não alcança
Me acho, às vezes
perdido no fundo
de um copo
quebrado
Às vezes, o perdido
é como estilhaço
daquilo que sobra
ao coração
O meu olhar
vai tentando alcançar
outra vez esse fundo
perdido no copo
No fundo é o copo
perdido de olhar
que se fecha
vencido
Perdida é a mágoa
que vence o perdido
e se perde no fundo
daquilo que ver
E minha busca
alcança esse fundo
de punhos fechados
feito de mágoas