Do fundo da sepultura
Depois de servir meu senhor,
Posso descansar em paz,
Depois de uma guerra violenta,
Onde demônios caminhavam sobre a terra.
Aqui estou eu, deitado em meu caixão,
O silencio é incrível,
E o sono vem bem devagar,
Sinto que meu corpo fica mais leve,
Então posso aceitar minha morte...
Mas algo me atormenta,
Quase não me lembro dela,
Quando vivo a amava,
Ela esta perdida...
Meu corpo podre,
Começa a se mexer,
Sinto o coração bater,
Vivo novamente...
O tão doce descanso do caixão,
É quebrado por uma raiva intensa,
Tirando a terra e voltando,
Com os vivos eu estarei...
Sobre a luz da lua que eu tanto amava,
Eu volto,
Como uma aberração,
Vim da escuridão...
Ela vaga por ai,
Em meio a sangue e dor,
Não consegue ver o caminho,
Ela sofre como uma viva...
Aqui estou eu,
Dando motivos para novas lendas,
Mas no alto da colina solitária ela esta,
Com almas vingativas...
É como se um pedaço do inferno,
Estivesse na terra,
Seus monstros me atacam,
Então mostro a eles a sedução de minha espada,
Partindo seus corpos ao meio,
Estou vivendo mais uma vez,
Meu trabalho estou fazendo...
Mas em meio às cinzas da vila,
Vejo caminhar,
Com passos tristes,
O olhar para o vazio...
Triste e com dor,
Ela caminha,
Meu doce amor,
Estou aqui...
Levarei você para seu descanso,
Essa vida triste já te fez sofrer demais...
Do meio do podre eles vêem,
Cobertos de sangue,
Os senhores da morte,
Com seus sorrisos pálidos...
Então como Deus disse, lute...
Estamos aqui, malditos,
Irei ate o fim,
Já estou morto mesmo,
Minha ultima missão...
Dentro da grande passagem,
A vida se mistura com a morte,
E aqui vamos nós,
O caminho dos mortos...
Fiz o possível para te proteger,
Mas não foi o suficiente,
Mas poderei ti dar o descanso eterno,
Minha amiga...
Seguindo perto da luz,
Fui expulso,
E ela foi levada,
Descanse em paz meu amor,
Mandado para o podre eu fui,
De novo na carniça,
Com olhos escuros...
Sem descanso,
Sou eterno,
Grande coisa,
Um fantoche de Deus...
Não posso morrer,
Ele não deixa,
Estou preso aqui,
Entre demônios e humanos...
Foi o acordo que aceitei,
Para vela descansar em paz,
Tudo tem um preço,
E eu pago com minha alma e carne podre...