ENCANTADORA
Tarde da noite ela saía.
Ia com seu longo vestido arrastando.
A barra se embarreando.
A aparência era de uma demente.
Quem é que sabe da dor da gente?
Se alguém observasse seus grandes olhos veria que ela tinha chorado.
Saudades do amado?
Saudades do passado?
Ela seguia.
Parece que perseguia uma estrela.
Uma estrela que não aparecia.
E cantava.
Deus! Quando se punha a cantar.
Deixava a todos embevecidos.
Era encantadora nestas ocasiões.
Derretia corações.
E passava.
Ia pelas ruas...
Ela e sua solidão.
Ela e seu coração.
Na noite um rastro deixava.
Era uma mulher encantada.
Uma fada.
Ou sabe-se lá o quê.
Passava...