Toada com gelo e limão
De repente, no repente,
a vida dança uma toada,
no palavreado de um cordel,
no soltar de uma pipa no carretel,
sou meio homem, meio mamelungo,
cobrando receptividade e galhofa,
soando mais alto que os decibéis,
pedalando na bicicleta da vida,
reencontrando a cidade perdida,
aquela onde as origens viraram cinzas,
escavando como um arqueólogo,
buscando em cada esqueleto,
analisando cada pedra,
do pó ao caco de cerâmica,
minha natureza de homo sapiens,
meu desatino de animal primata,
recompondo a linha do tempo,
na trajetória de escritos históricos,
desvelados por um poema destoante,
nessa tarde de água tônica, gelo e limão....