DECIDA
Abra bem devagar seu olho
Acorde e dance como se fosse um sonho
Dance nas brasas pule sob o fogo
E decida como seguir a vida
Escolha a hora e o dia
Para se despedir da agonia
“Decida”
Sussurra o ancião
Faça uma escolha nada obvia
Uma escolha que ninguém nunca escolhe
Decida o que fazer sob a lua gélida
Que espelha nas águas furiosas do oceano
Enquanto bacantes correm nus
Na praia escura a procura de algo seguro
Esperando o dia nascer para virarem defuntos
Nossa mente e nosso coração
Se chocam nessa noite de luto
Onde estamos indo em direção a perdição
Estamos cavalgando a pé até o palacio onde jaz a sabedoria
Que há muito foi abandonada
Há muito foi esquecida
Então decida!
Enquanto gritos e sussurros vagam por ai
Como um vento liquido sob a noite
Enquanto vagamos solitários e embriagados
Num bosque sagrado onde presenciamos estranhas magias
E atrás das arvores santos e pecadores se unem para fazer orgias
No fim de tudo
Ninguém vai se lembrar do começo do mundo
Que foi há muito tempo atrás
Quando a cratera do sol esfriar
Nunca mais vamos ver o amargo luar
Os trigos e as frutas do celeiro vão apodrecer
Vai chegar desunião a família
Que há semanas não enche com nada a barriga
No altar derramam vinho
Para uma estatua de barro
E agradecer o que foi obtido
As lagrimas por causa das perdas
Tornaram-se algo raro
Enquanto nosso peito está cheio de catarro
Morte!
Não é um pesadelo
Vida!
Não é um sonho que vamos despertar!
Amor!
Nem sempre é correspondido
Ódio!
É apenas um sentimento não entendido
Quando o assassino maçônico dos três reis magos
Sair do exílio e conhecer a liberdade
Um novo lar e um novo império vai surgir
Para desvirtuar nossa fraca e incompreendida mente
Que só acredita no que vemos na nossa frente
Para onde foram aquelas promessas de vida eterna?
Para onde foram nossos sonhos perdidos?
Sou um filho prodigo, cadê o tal banquete
Que nos prometeram quando ainda éramos gente
Agora que estamos numa cova funda
Não há motivos para ficarmos sorridentes...
Entramos numa sala vasta e escura
Para assistirmos uma sessão
Que talvez jamais vá acabar
Vamos assistir nossas vidas num telão
Enquanto passam cenas de nossa natural masturbação
Ó grande criador da vida
Dê-me o arrego de viver no pacificação
Sem medo sem guerra
Já que pouco a pouco queimam a terra
Com napalm puro
Sob o céu de outubro
O pecado então pingou
Como gotas de esperma
Caindo sob a terra
Das lagrimas do Criador
Que criou o amor
O ódio e o terror
Tudo nos foi prometido
Nada foi cumprido
Aqui onde nada tem começo
Nem término
Aqui nada é certo
O fim sempre está perto
Nesse mundo louco
Que só tem a vontade de poder
E nada mais além
Vamos começar uma nova era
Iniciar uma sociedade secreta
Cujo um olho numa pirâmide nos governa
Chegou a hora de voltarmos as cavernas....