O ser
O rejeito de todo abraço, cansado das horas
As carências explícitas fundidas dentro da alma
Moldurando sombras que vagam sem demora
Espaçando no tempo, deixando marcas na palma
Linha da vida, que se extingue, nada risonha
Se perde entre argumentos que não se realizam
Podado os sonhos, sobram restos de faces tristonhas
Sem brilho, no ninho de pouco espaço, deslizam
Úmidas, desnorteadas vagam, sem memórias
E recortes de velhas imagens e palavras, são nada
Nadam escuras entre lembranças das histórias
Feridas que ainda sangram, em bandagens disfarçadas.