Contra o medo... o abraço!
Que a força do medo transcendental da solidão,
Não me impeça de receber um abraço doce e gentil,
Mesmo que meu olhar esteja direcionado à imensidão.
Ao receber essa dádiva, retorno ao meu passado pueril.
Que a força do medo transmissível pela promiscuidade,
Não me impeça de receber um abraço ingênuo e puro,
Mesmo que minha pele aflore a irrevogável culpabilidade.
Ao receber essa cura, abandono o passado e vislumbro um futuro.
Que a força do medo desmedido de um tumor maligno,
Não me impeça de receber um abraço milagroso, sobrenatural,
Mesmo que minha fé e testemunho não seja algo fidedigno.
Ao receber essa benção, dobro os joelhos e agradeço ao pai celestial.
Que a força do medo flamejante ocasionado por um incêndio,
Não me impeça de receber um abraço intenso e acalorado,
Mesmo que minha recuperação criteriosa represente um dispêndio.
Ao receber essa “chama”, possa aliviar meu sofrimento eternizado.
Que a força do medo pungente e tenebroso motivado pela inutilidade da visão,
Não me impeça de receber um abraço suntuoso, fulgente e reluzente,
Mesmo que meus passos recalcitrantes perambulem pela impiedosa escuridão.
Ao receber essa luz, possa clarear meu destino rumo a um futuro eminente.
Que a força do medo paralisado e inerte, entorpecido por graves acidentes,
Não me impeça de receber um abraço cinético e ocupacional,
Mesmo que o meu desempenho me impeça de realizar atividades coerentes.
Ao receber esse tratamento, possa retornar à vida normal.