Poema obsidente
Havia um cadeado enferrujado,
que não abria nem fechava mais.
Fora deixado no portão de trás,
que nunca precisou de cadeado.
É que o portão um dia foi fechado,
e colocado outro em seu lugar.
E foi fechado apenas pra deixar
a velha chave sem seu cadeado.
Havia uma chave enferrujada,
que não fechava e nem abria mais
o cadeado do portão de trás,
no qual a chave nunca fora usada.
É que a chave um dia foi guardada,
no fosso enferrujado da lembrança.
Fora deixada lá na esperança
de que jamais ela abriria nada.
Havia um portão entre os demais
que não servia a nenhum lugar.
Fora deixado pra se imaginar
que não abria e nem fechava mais.
Esse portão se abriu um belo dia
ao ver a chave entrar cadeado,
que mesmo velho e todo enferrujado
fora guardado, só por teimosia,
por um chaveiro louco que sabia
abrir, mesmo sem chave, esse portão.
É que os loucos sempre têm à mão
as chaves do portão da poesia.
Havia um cadeado enferrujado,
que não abria nem fechava mais.
Fora deixado no portão de trás,
que nunca precisou de cadeado.
É que o portão um dia foi fechado,
e colocado outro em seu lugar.
E foi fechado apenas pra deixar
a velha chave sem seu cadeado.
Havia uma chave enferrujada,
que não fechava e nem abria mais
o cadeado do portão de trás,
no qual a chave nunca fora usada.
É que a chave um dia foi guardada,
no fosso enferrujado da lembrança.
Fora deixada lá na esperança
de que jamais ela abriria nada.
Havia um portão entre os demais
que não servia a nenhum lugar.
Fora deixado pra se imaginar
que não abria e nem fechava mais.
Esse portão se abriu um belo dia
ao ver a chave entrar cadeado,
que mesmo velho e todo enferrujado
fora guardado, só por teimosia,
por um chaveiro louco que sabia
abrir, mesmo sem chave, esse portão.
É que os loucos sempre têm à mão
as chaves do portão da poesia.