Despojamento
Não te darei o sol, porque nao tenho,
nem as estrelas,
nem a lua.
Sequer tenho para te dar
o brilho dos meus olhos.
Sequer tenho um sorriso bonito,
já passou o tempo dos girassóis.
Nada tenho para te dar,
a não ser uma alma que voa,
que nem dentro de ti vai ficar.
Nada tenho para te dar
a não ser um sonho leve
que em ti nunca irá permanecer
de tão breve que é
para sonhar.
Mãe Terra, nada tenho para ti
a não ser meu passo incerto
rumo aos teus céus ou aos teus desertos
desde o primeiro dia em que te vi.