Encantamento
Tinha nas mãos
As marcas da tinta
A paleta usada
O pincel.
Rabiscava distraída
O bule, a mesa
A lua que crescia
Nadava no céu.
Da boca...
O choro e poemas de Quintana
Secava
No guardanapo, no vestido, no pano de prato.
No mata-borrão
– Camuflado – pôde ver desenhados
Um relógio de Dali
Bicicletas de Ibere
As cores de Miró.
E num gesto triste
De quem já sofreu
Abriu a janela
Aspirou a noite
E se encantou
Beijo a todos!