A Alma Grita no Silêncio

A Alma Grita no Silêncio

A alma grita no silêncio da noite

Como o uivar de um lobo faminto

Desprende-se do seu corpo latente

Em busca de seus próprios instintos.

Pela alta madrugada caminhando

Nos sombrios labirintos de uma vida

Seguindo os instintos, se vê caçando.

Sem nunca poder, se quer, ser detida.

Passos mansos, olhos ágeis, atentos.

De felina selvagem, manhosa, arredia.

Espreitando por entre os doces alentos

De um suave amanhecer do novo dia.

Com seus saltos precisos e manipulados

Faz suas presas subjugando-as à morte

Cobrindo-as do trágico fim desdenhado

Por todos aqueles que não tiveram sorte.

Já cansada de tanto vagar sem destino

Recua na madrugada e volta mansinho

Com leves passadas de um lobo felino

Aconchegando-se nas sombras do ninho.

Saciados seus instintos, agora inativos.

Descansa nas sombras, toda encolhida.

Deixando-se roçar pelos sonhos cativos

De uma diva por seus deuses escolhida.

Aguarda tranqüila na modorra

Olhos semi-abertos, sonolentos.

Espera uma outra madrugada

Para expor os seus pensamentos.

mendo
Enviado por mendo em 22/09/2005
Código do texto: T52650