A Alma Grita no Silêncio
A Alma Grita no Silêncio
A alma grita no silêncio da noite
Como o uivar de um lobo faminto
Desprende-se do seu corpo latente
Em busca de seus próprios instintos.
Pela alta madrugada caminhando
Nos sombrios labirintos de uma vida
Seguindo os instintos, se vê caçando.
Sem nunca poder, se quer, ser detida.
Passos mansos, olhos ágeis, atentos.
De felina selvagem, manhosa, arredia.
Espreitando por entre os doces alentos
De um suave amanhecer do novo dia.
Com seus saltos precisos e manipulados
Faz suas presas subjugando-as à morte
Cobrindo-as do trágico fim desdenhado
Por todos aqueles que não tiveram sorte.
Já cansada de tanto vagar sem destino
Recua na madrugada e volta mansinho
Com leves passadas de um lobo felino
Aconchegando-se nas sombras do ninho.
Saciados seus instintos, agora inativos.
Descansa nas sombras, toda encolhida.
Deixando-se roçar pelos sonhos cativos
De uma diva por seus deuses escolhida.
Aguarda tranqüila na modorra
Olhos semi-abertos, sonolentos.
Espera uma outra madrugada
Para expor os seus pensamentos.