Prenúncio
Não preciso me preocupar quando sinto fome
porque alimenta-me a música e a dança do incenso.
Para que a necessidade de comida,
se o universo nos mantém providos
da essência pura e simples, que é a arte,
e da possibilidade de ser (vir) criador?
Para nutrir a poesia, toda a verdade é capturada;
como o teto da casa
onde pequenos insetos sobrevoam
se amontoam
e anunciam, tempestivos,
a tempestade.
O prenúncio invade
apenas um mistério;
a gravidade.