Prenúncio

Não preciso me preocupar quando sinto fome

porque alimenta-me a música e a dança do incenso.

Para que a necessidade de comida,

se o universo nos mantém providos

da essência pura e simples, que é a arte,

e da possibilidade de ser (vir) criador?

Para nutrir a poesia, toda a verdade é capturada;

como o teto da casa

onde pequenos insetos sobrevoam

se amontoam

e anunciam, tempestivos,

a tempestade.

O prenúncio invade

apenas um mistério;

a gravidade.

Shauara David
Enviado por Shauara David em 25/05/2015
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