O SILÊNCIO DO AMOR

Queria ser o silêncio

Mas o silêncio era-lhe insuportável

Como a dor de não sentir dor

Uma flor que sangra sem espinhos

Um caminho fugidio ao desencanto Como um pensar um delírio um torpor

E fechou-se em seu incompreensível silêncio

Como um coração perturbadamente errante

Mas que nunca sai da esfera de si mesmo

E há uma férrea vontade constante

Pedindo-lhe que siga o som de seu silêncio

O silêncio da calmaria que antecede a batalha

O ruidoso silêncio envolto a solidão

Que estraçalha a alma já enferma

E leva-lhe de encontro aos sonhos

De viver em meio à esperança

Onde o amanhecer é certo

E a calmaria da noite suplante o silêncio

Desse louco e indomável amor

Dessa ânsia anciã a corroer por dentro

E que tem como companheira a melancolia

Deusa do lamento e da irracionalidade

Moldada á forja e forma do amor

Transfigurada em sentimentos e emoções

Metamorfoseados em calma alegria

De amar sem limites mesmo em silêncio

Leilson Leão

Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 13/06/2007
Reeditado em 04/03/2008
Código do texto: T525261