O SILÊNCIO DO AMOR
Queria ser o silêncio
Mas o silêncio era-lhe insuportável
Como a dor de não sentir dor
Uma flor que sangra sem espinhos
Um caminho fugidio ao desencanto Como um pensar um delírio um torpor
E fechou-se em seu incompreensível silêncio
Como um coração perturbadamente errante
Mas que nunca sai da esfera de si mesmo
E há uma férrea vontade constante
Pedindo-lhe que siga o som de seu silêncio
O silêncio da calmaria que antecede a batalha
O ruidoso silêncio envolto a solidão
Que estraçalha a alma já enferma
E leva-lhe de encontro aos sonhos
De viver em meio à esperança
Onde o amanhecer é certo
E a calmaria da noite suplante o silêncio
Desse louco e indomável amor
Dessa ânsia anciã a corroer por dentro
E que tem como companheira a melancolia
Deusa do lamento e da irracionalidade
Moldada á forja e forma do amor
Transfigurada em sentimentos e emoções
Metamorfoseados em calma alegria
De amar sem limites mesmo em silêncio
Leilson Leão