Não caibo em mim
espero e não acho
acho e não espero
confundo meu momento
invertido sentimento
falta algo
algo se foi
onde está meu painel
de que cor é meu anel?
quem vai me salvar de mim?
onde está meu lugar azul?
já é madrugada aqui
dentro do meu peito nu
entorpecente não adianta
imune é meu caminhar
não consigo dormir mais
preciso de um pouco de paz
fácil imaginar
difícil viver
tantas correntes sobrando
o que eu posso fazer?
elo por elo dou conta
caminho feito barata tonta
entre blocos concretos
quadras e canteiros desertos
onde vou parar enfim?
trouxe rosas dentro de mim
planto aonde minhas sementes?
em que barco posso afundar
flutuar já nem se faz necessário
escrever vai me salvar
tenho que encerrar este capítulo
difícil olhar o que sobrou
algo aqui dentro me diz e repete
acabou... acabou... acabou...
ao mesmo tempo eu sei que não
em outro lugar recomeçou...