O HOMEM QUE VIROU PEDRA

Precisou ser duro, mas perdoar, mesmo dizendo não

O coração profundamente doido, mas o pranto contido

Embora não esboçasse um sorriso ou igual expressão

Ignorou a depressão, se quer viveu, um dia depressivo

Mesmo que a ansiedade, o medo e o pânico

Fosse nitidamente invisível

As cores estiveram foscas por vários dias

As flores desabrocharam frias

Ante a latente alegria em seu olhar adormecido

O Sol mui quente, a chuva fininha, o vento frio...

Tudo exatamente em seu lugar devido

E ele, aonde teria ido?

Correu até cansar, subiu e desceu, para exausto, desmaiar

Melros, curiós, canários, sabiás...

Uma sinfonia em perfeita harmonia o fez despertar

Despiu-se de si, mergulhou na cachoeira, continuou a subir

Ao atingir o cume da montanha, o topo do Morro Agudo

Gritou ao infinito sua dor tamanha, e, se pois a sorrir

Enraizou-se, petrificou-se. Agora, “vivi” ali!

Como um pedregulho imponente e completamente livre

Um patrimônio imaterial, um bem universal,

Uma herança que ninguém herda

Ele, a própria montanha, o homem que virou pedra...