O que dorme?
O que dorme em nós
quando os ventos sopram
e as folhas caem
e os pássaros buscam refúgios insondáveis
e a luz esmaece?
Que tipo de sono é esse
quando os dentes mumificados
abrem sorrisos ao inóspito vale das percepções dementes?
Haverá algo que acorde em tempo
para que os semeadores não se vão
nesse tempo prisioneiro
nas ferrugens das indignidades?
Algo além de nós mesmos
grita por princípios sem gesso,
e pela lúcida liberdade.
(em repudio a algumas condecorações de hoje e ao sono profundo da luz do discernimento que um dia habitou esse país).