VALE DOS SONHOS (de "O Plasma")
Estupefato
com os reluzentes frêmitos
de Pavor
ele, o Anjo,
agoniza.
É a terceira hora
da Noite das Lamentações.
A bruxa
contorce os seios,
rebola,
ri
e morre.
A terrível
Pantomima Celestial
está começando.
Os atores desfigurados
dançam seminus
em torno
de uma fogueira
avermelhada.
O Futuro se condensa
diante
dos meus olhos.
Visões apocalípticas
de túneis abandonados,
corredores estreitos
e úmidos.
Geradores de plasma
explodindo
a intervalos regulares,
leões amarelos
gargalhando
sinistramente.
"É o Desastre" —
diz
o Mestre.