Sobre a minha Primeira Poesia
Uma garota pequena e sonhadora
Carregando em suas mãos um caderno antigo e uma caneta
Versos feitos com carinho, inocência, à pedido da professora,
Impressos no papel em uma escura tinta preta.
A ponta tocando o papel, cuidadosamente ilusória
Então, ela parou e encarou sua folha em branco.
O que iria escrever? Mal viveu alguma coisa para contar história
Mesmo assim, escreveu, uma escrita em um passo lento e manco.
E ali, ela colocou toda as frustrações
De seus 7 anos de idade,
A revolta por ter esquecido de fazer suas liçoes,
O não entender do porque não podia sair sozinha na cidade.
No caminho, ela percebeu que a aliviava
Poder desabafar pequenos problemas em uma folha de papel
Rimas fracas, mesmo assim, não importava.
Porque passou a ouvir os cantos do céu.
Começou a escrever os diferentes tons de azul do anoitecer,
Passou a entender a língua das árvores,
Conseguiu enxergar o que ninguém mais conseguia ver:
As notas de canela na melodia das aves.
E o seu mundo se expandiu conforme ia crescendo
Versos mais ousados, uma poesia cuidadosamente trançada
Na fina tapeçaria frágil que era os dias em que a garotinha ia vivendo
E era tao belo que ela se perguntava se era ela a errada.
Introvertida, antisocial, inteligente, bom coração.
Já viu anjos disfarçados de pessoas e demônios usando terno.
Sentia todo o dedilhar de cada emoção
Somente nos versos de um caderno.