O Rosto Sob a Face
 

O rosto não mudou; mudou o espelho,
Quando eu nasci, as rugas já estavam lá.
Dormia sob a face de bebê, o velho,
E sob o encantamento da primeira vez
Uma alma já antiga, em desassossego.
 

Não sei de onde eu vim, não sei quem me fez,
Mas sei, sou ferramenta em algum emprego;
Meu ferro foi malhado por martelo prisco,
Alguém me espeta pregos para ver se eu sinto
E o disco da memória se esqueceu de mim.
 

Mas sou tal substância; subsisto assim,
Emerjo sempre limpa das imensas fossas.
Minha alma verdadeira se revela aos poucos
Sob as camadas finas que se tornam grossas
E as marcas dos chicotes sobre as minhas costas.


E de Jacó:



 
Ressurgindo feito escaravelho,
 Trago à tona uma carcaça limpa,
O perfume próprio além da tinta,
 Que pinta o norte, tal evangelho...

Parabéns! E que Deus nos abençoe e nos ilumine... Sempre...






 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 12/04/2015
Reeditado em 30/05/2016
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