O Pescador (Parte II)

Volto a história do pescador

(Onde havia eu parado?)

Ah sim, ele descobriu o amor

Esquecendo então de toda a sua dor

E dos obstaculos que houvera enfrentado

Mas, um dia, ocorreu algo fascinante

Quando ele estava a trabalhar

Algo inexplicável e inebriante

Pois ele encontrou um peixe falante

Que com ele, se pôs a conversar

-Seu moço, deixe-me ir

Tenho filhos a me esperar

Meu amado já se foi assim

Nessas redes que não tem mais fim

Espalhadas por todo o mar

O homem, muito assustado

Se pôs, nervoso a dizer:

-Compreendo o que tem passado

Mas se não voltar com meu pescado

Meus filhos é que não irão comer.

O peixe, retruca atrevido

-O que é um peixe a menos ou a mais

Em seu pescado tão servido

Ai estão meus entes queridos

E filhos separados de seus pais.

- A você posso abrir exceção

-ponderou o homem, em tom passivo

-Mas daqui é que tiro o pão

Então terás que abrir mão

Da compaixão que tens de seus amigos.

-Mas com eles me preocupo-

disse o peixe, com visivel dor

Será pesado esse meu luto

Mas contigo não reluto

Pois conheço a sabedoria de Nosso Criador

-Eu sei que, de certo, me detesta

Mas eu aprendi a lhe admirar

Hoje em minha casa, farei uma festa

Pois o pescador aprendeu com a pesca

Que até na guerra, podemos perdoar.

E após uma lagrima rolar

Ele libertou todo o seu pescado

Sabia que seus filhos, já podiam trabalhar

Então, nunca mais jogou suas redes no mar

Graças a um sonho que sonhou acordado.