Mesa profana
Mesa profana
São de prostíbulos que se cometem os sagrados ditos;
nascem de alcovas, moedas;
trocos e trocas
do santo-poder-segredo...
Há um núcleo de podridão em que se perfilam
tronos e personas...
Não merecem reverências aos de togas imponentes,
pois, ao tempo em que a boca roga,
há um oco no coração...
À mesa posta,
o cálice do falso casto,
ao prato,
o amém a não-obediência
e nos votos de pobreza,
maquilagens à carapaça...
E o templo - Uma indústria onde se produz
fogo, fumaça e fuligem;
Um antro em que se conduz
carne, sangue e almas sujas,
adornados de ouro e prata
com o promíscuo pastoreio...
Quem poderá dizer dos seus erros cometidos?
e quem virá condenar-lhe por suas maldades secretas?
É o indicador, o tal juiz,
que fede ao azedume pérfido;
e às suas convicções,
inconsistências e chorumes.
Beto Acioli
03/04/2015