O conto do cemitério
Ao longe, vejo um vulto esfarrapado,esquelético
Caminhando em passos trôpegos
Entre lápides,flores e túmulos
-Deus! Será coisa do outro mundo?
A noite sem luar revela-se tenebrosa
Escura,fria,perigosa
Uma névoa misteriosa, sinistra,principia
Ao lado do grande portão,um velho cão uiva em tormentos
A coruja,seu canto soturno inicia
Tento gritar, não consigo e por medo
Me paraliso
Diante daquele ser tão estranho
Tenho mente e movimentos em atropelos
Arrepio de corpo e cabelos
Tal qual nas agonias dos maus sonhos
Pai de todos os pesadelos
Aproximando-se lentamente
A esquálida figura estende a mão
Como quem pede um pão...
Fim do mistério...
Aquele ser do outro mundo
Não passa de mais um maltrapilho moribundo
Sem teto, nem lar
Iguais a tantos outros
Que habitam e moram nos cemitérios.