Sombrio
Num canto escuro da casa
Os fantasmas aguardam sentados,
Os rostos na sombra,
As mãos nos joelhos,
Os olhos velados
Por sob os chapéus.
As mulheres murmuram
Debaixo dos véus,
Os lábios cerrados,
Os rostos em sépia,
Os pés calejados
Descalços e frios.
Os homens aguardam,
De olhos fechados;
Sonhando com o dia,
Se perdem na noite
Sonhos desbotados,
Da Terra do Nunca,
Da Terra do Nada
Jamais voltarão.
Não há nada errado,
É que eles se foram,
Eles já morreram,
Não são nem lembrança,
Pois não há ninguém
Que chore por eles,
Que chame seus nomes,
Que olhe os retratos!