A ORELHA DE VAN GOGH.
Um mar de girassóis
Invade abruptamente
A retina dos meus olhos,
O cenário é de infinita beleza
Vindo da tela do pintor.
- A intensidade
Do amarelo brilhante
Das pétalas da flor
Aguça-me um sentimento
De ansiedade
- Uma sensação volátil
Toma a minha alma claustra
Dentro deste velho corpo
Que carrego dia e noite
Noite e dia.
- Minha alma quer sair,
Fluir, expelir, voar...
Se lambuzar no néctar do amor!
Mas sinto-me nu
Diante de um cenário
De beleza singular.
- A imperfeição para amar
Está em mim;
Nas minhas mutilações
Edificadas nas dores da vida,
E o acolher cada pétala da flor
Angustia-me !
O amarelo ouro das pétalas gigantes
Da flor brilha, gira intensamente
Junto com a minha mente
Que não estar mais ali.
- A visão onírica estampa-se
Numa viagem de loucura divinal :
- A orelha de Van Gogh voou
Num gesto absintado
De amor não correspondido;
- A dor
- O pintor
Tudo se imortalizou
No gesto louco de amor.
Maceió, 17 de Março de 2015.
(poesia escrita em 25.06.2014)