DELÍRIO
Os passos ressoam em meu descaminho
E a brisa da solitária noite refresca o dia
Caminho pela manhã de ensolarada noite
Cego pela luminosidade da penumbra
Congelando pelo efeito do sol escaldante
Suando sobre camadas de gelo milenar
Para tentar tocar teu findo infinito
E assim trasvasar nosso gozo sem corpos
Tocando o intangível para atravessar o sólido
Abraçar o nada para assim abarcar o tudo
Pintar um quadro com tintas invisíveis
Usando como suporte uma moldura imaginária
Para que mesmo no limbo deslumbre a tua imagem
Quero voar nas asas dos pássaros subaquáticos
E navegar com o submarino de mortos desertos
Beber da terra para me alimentar da água
Beijar tua boca desenhada em minha solidão
Acariciar teu corpo com minhas mãos abstratas
Até que possa atingir o píncaro de teu plano terreno
E assim descortinar o reverso de teu universo
Aonde me encontrarei com teu ser real
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