Ao mundo com amor
Como posso eu estar enamorando a morte?
Como posso sentir nitidamente a fronteira?
Como posso ansear imensamente me deixar ir
E ao mesmo tempo, intensamente não querer partir?
É o sonho do desconhecido
Contra o sofrimento do ente querido
É a certeza do bem-estar
Contra incerteza do bem-ficar
É a pureza do outro lado ajudar
Contra a dureza dos dias sem acrescentar
Aí que desperto do sonho
Aí que tombo para o lado da vida
Acordo, desperto e pondero
Não é viver a morte que eu quero
Nem viver morto, eu espero
Eu quero viver!
Quero ser!
Quero envelhecer
E, se Deus permitir,
Com saúde, e bem velhinho, morrer.
Mas sabendo que muito fiz, ajudei e cri.
Creio num futuro melhor
Criado por todos nós
Em consonância com nosso bem estar natural
Igualitário, em paz e fraternal
Quando eu me for, quero saber que deixei o mundo assim:
Com amor.
Marcelo Catunda (06/03/2015)