Para onde

Por um momento eu morro,

E no outro estou vivo,

Não sei explicar,

Tudo é estranho.

Em uma trilha escura,

Eu caminho,

Vendo as criaturas,

Trocarem de lado.

Meu corpo enterrado,

Como muitos queriam,

Eu ainda respiro,

Seus malditos.

Do outro lado,

Vejo um lugar que nunca vi,

Mas não fique contente,

Não é o inferno...

É outra versão de tudo...

E ainda estou vivo,

Posso ver o tempo passar,

E ele não faz parte de mim...

A vida segue seu curso,

Como onde você esta,

Mas de uma forma estranha,

Tudo é diferente...

Pude voltar em meu passado,

E rever minha antiga vida,

Eu era jovem,

Mas eu sabia que isso já era passado...

Então tive a chance de corrigir erros...

Pedir desculpas...

Mas não adianta,

Estão presos em um mar de ódio...

E não podem me ouvir,

Por mais que eu tente,

São surdos perante a voz da realidade,

Ou sou eu que não estou mais aqui?

À noite vejo filas de pessoas,

Tentando chagar em um lugar que talvez não exista,

Tem agressão e morte,

Mas ninguém sabe para onde vão...

Vejo minha fila andar,

Sinto um aperto no coração,

Para onde vou?

Não quero ir,

Então corro...

Nas ruas do meu bairro,

Vejo pessoas estranhas...

Sinto frio,

Mas não sinto fome,

E também tem o medo,

Não sei o que se passa...

Mas não vou há lugar nenhum,

Quero saber o que há...

Não vejo minha família ou amigos...

Só pessoas que nunca vi.

Então eles começam a cair,

É uma estranha força,

Que me puxa,

E tento lutar...

E por um momento,

Penso que estou morto,

Mas não acredito,

Sigo em frente como um vivo...

É tão forte que não posso aquentar...

Que diabos é isso?

Sou puxado para um abismo,

Escuro e medonho...

Então caio,

Para onde, não sei,

Há pessoas mutiladas aqui,

E outras que estão sendo torturadas,

Meu peito dói...

Minhas pernas amolecem...

Estou no inferno?

Então vejo um caminho,

Entre as rochas,

Perece que vou embora...

Por um segundo penso na minha família,

E estou em casa,

Mas eles parecem bem sem mim,

Estão contentes...

Então vejo que o problema sempre fui eu,

Como pude ser tão ruim,

Tantas as pessoas que fiz mal,

Como pude?

Não posso ir embora,

E nem ficar,

Para onde vou então?

Uma vila escura...

Um lugar que o sol não nasce,

Varrido por um vento frio,

Aqui estou agora...

Mas não estou reclamando,

Eu sei o fim...

Cristiano Siqueira 21/02/15

cristiano siqueira
Enviado por cristiano siqueira em 21/02/2015
Código do texto: T5145504
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