GERMES, VERMES E DERMES

Todos mortos
Seus corpos espalhados
Pelo chão a exaustão
Desconjuntadas pernas
Entreabertas mãos
Olhos esbugalhados
Dedos decepados
Troncos destroçados
Pernas partidas
Entre germes, vermes e dermes
Esse era o cerne que une
De fato todos sem exceção
Não passavam de pobres coitados
Que enfim se libertaram
Em seus solos de verdades
Em suas impávidas contradições
Em nossas inócuas questões
Entremeadas em vísceras
Maciças, ariscas e auspiciosas
Com aquelas velhas e murchas rosas
Que enfeitavam sem sucesso
Todo o retrocesso que pode um coração.


Zarondy, Zaymond. Verbos, verbetes, verborragias. São Paulo: Grupo Editorial Beco dos Poetas & Escritores Ltda., 2017.
 
Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 21/02/2015
Reeditado em 04/04/2017
Código do texto: T5144544
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