VIDA...
Vida...
Dê-me um sopro e farei brisa
Dê-me toda a dor de uma alma calejada
Para que meus tons em poesias nela façam morada
Dê-me o nada, que faço amor
E de um punhado de lágrimas,
suave licor
Dê-me o abismo, que te dou o céu do meu pensamento
Transformo momento em fragmento
E toda a tormenta em avivamento
Pois já não tenho a poesia, mas ela me tem
Vidaaaa...
Dê-me canções sem melodia
E almas libertas de emoções passadas
Vidaaa...
Se achar que peço muito
Dê-me então...
O céu sem estrelas
E a lua de dia com o sol a resplandecer em plena madrugada
Dê-me o impossível e o imprevisível
Rosas a desabrochar pétalas congeladas
E borboletas que vivam muitos, muitos dias
Vidaaa...
Dê-me toques profundos n’alma
Fagulhas e alfinetadas
Porque não é mais qualquer coisinha que me toca
E que em mim fará morada
Vidaaa...
Tudo está diferente
Meio que inconsequente
Agora... A poesia me tem
....É refém minh’alma inerente