VIDA...

Vida...

Dê-me um sopro e farei brisa

Dê-me toda a dor de uma alma calejada

Para que meus tons em poesias nela façam morada

Dê-me o nada, que faço amor

E de um punhado de lágrimas,

suave licor

Dê-me o abismo, que te dou o céu do meu pensamento

Transformo momento em fragmento

E toda a tormenta em avivamento

Pois já não tenho a poesia, mas ela me tem

Vidaaaa...

Dê-me canções sem melodia

E almas libertas de emoções passadas

Vidaaa...

Se achar que peço muito

Dê-me então...

O céu sem estrelas

E a lua de dia com o sol a resplandecer em plena madrugada

Dê-me o impossível e o imprevisível

Rosas a desabrochar pétalas congeladas

E borboletas que vivam muitos, muitos dias

Vidaaa...

Dê-me toques profundos n’alma

Fagulhas e alfinetadas

Porque não é mais qualquer coisinha que me toca

E que em mim fará morada

Vidaaa...

Tudo está diferente

Meio que inconsequente

Agora... A poesia me tem

....É refém minh’alma inerente

Alessandra Benete
Enviado por Alessandra Benete em 13/02/2015
Reeditado em 15/02/2015
Código do texto: T5135485
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