Pedras

O meu Amor é a vida e a calçada,

as minhas solas pisam o chão, onde vez alguma

alguém correu o caminho,

Julgando eu... como seriam felizes as pessoas

mesmo que contorcidas em cima do lancil

torneando a anca, retorcendo a alma...

à espera, à espera de nada

por vezes

no caminho uma pedra ali,

outra aqui que chuto sem sentido

uma pedrada no charco do passeio

sem ninguém, sem ti...

eu nunca soube o nome da tua cara

esperei de pé no carril do eléctrico

punha-me a olhar a ver o seu fim

mas não acabava ai... acabava mais além

e assim esperava sem ver ninguém

(horas mais tarde, recordo, nasceu-me um sinal no peito... mas já foi tarde, muito tarde, não havia luz para o seguir.)

veio um dia...

e nunca mais avistei pedras soltas na calçada

e as pessoas deixaram de balouçar no lancil

recomecei a ver bem... a preto e branco

como sempre vi, como sempre cheirei

a tua essência, a tua fragrância

lembro-me do liquido das rosas amassadas no lençol

e da mancha com o teu odor

Carlos de Carvalho ^ Pink
Enviado por Carlos de Carvalho ^ Pink em 31/01/2015
Reeditado em 02/02/2015
Código do texto: T5120902
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