Gaia
Usa-me, estou ao teu dispor.
Não reclamo, não revido
Ao golpe desferido.
Quanto mais profundos os cortes
Quando me feres,
Mais darei aquilo que tu queres:
Multiplicarei tuas sementes
Para que não sintas fome,
E água que te dessedente.
Gerarei a sombra para teu conforto,
Abrigo neste sol tão inclemente.
Finalmente, depois de morto,
Quando nada mais me pedes,
Te abraçarei, e te cobrirei
No teu último instante
Pra que ninguém venha a sentir
Teu odor repugnante.