Cala a boca
Arranquem tudo de mim , podem levar
tire-me o sono e a luz da cozinha
Levem o meu melhor pranto a versejar
só não me diga " calma"
isso me deixa nervoso
querendo surtar entre os vãos e vagos
cantos do remorso
e todos eles são largos
Onde escutar algo das paredes é fácil
onde saltar da ponte é opção
e o demônio se torna tátil
podendo sentir o fogo na mão
Sua boca abre um túnel de silêncio
um espaço estranho onde cair é infinito
quanto mais abre mais surdo e leve fico
confortavelmente esquisito
Você parece falar , conversar comigo
calma, calma, acalme-se!!!
enquanto me debato no estreito de tua garganta
cala a boca, cala a boca, se engasgue!!!
E enquanto você me mastiga
me embolo nos trapos aqui dentro
e a calma é confortável e esquisita
no fundo daquele silêncio.