Visitante
Como um fantasma bem vivo
Como um pesadelo dos acordados
Ele aparece do escuro, altivo
E deixa todos desesperados
Nesta noite ele veio a nós
Como uma amarga lembrança
De que não estamos a sós
Cada um vê algo diferente
E as sensações também são únicas
Para alguns ele é apresentador de circo
Para outros, é a morte sem túnica
Ele possui vários nomes
E nunca havia sido visto antes
Descubra os vestígios da escuridão
Conheça Ele, o Visitante
Sussuro da Madrugada -----
Acordar pingando suor
Já é um costume, é natural
Mas esta Noite foi muito pior
Pois o Acordar não conteve o mal
Eu o escutei pelo corredor
E me protegi entre os cobertores
Era a voz que traz a dor
Era o perpetuar de meus horrores
Como um cantor de voz suave
Que se mascara na inocência
Ele me persegue pela noite
E não entende o que é clemência
O Sussuro da Madrugada
É como Eu chamo minha consciência
Andarilho da Noite Quente -----
Entre uma bebida e outra
Entre um bar e uma balada
A confiança delinquente
Nunca se sente abalada
Até que o encontram
Estagnado entre as dançarinas noturnas
As vozes então se calam
E a Noite é taciturna
Um a um
O Andarilho quer brincar um pouco
Um a um
E todos estão loucos
O Medo é da eternidade
O castigo de uma atitude inconsequente
É o Medo, sem piedade
É o Andarilho da Noite Quente
Coração de Ébano -----
Dos becos mais escuros
Da crueldade humana
Gritam os gritos inseguros
Vítimas da mentalidade profana
Dos apartamentos confortáveis
Da segurança covarde
Você liga a TV em alturas imensuráveis
Pois não quer fazer alarde
Mas a Paz é passageira
E o grande inimigo mora em seu armário
Te observando atrás de uma prateleira
Já não importa mais o horário
É o Coração de Pedra Negra
Que tem Ébano no lugar das veias
É o arrependimento e o remorso
Que te envolve, aos poucos, em suas mortais teias
Sombra que Ninguém Vê -----
Já não dá pra esquecer
Esse demônio invisível
Que ninguém pode ver
Mas que é tão temível
Já não dá para se proteger
A luz não significa nada
A Sombra consegue percorrer
Até a mente mais iluminada
Já não dá para conter
O vilão das boas lembranças
Ninguém mais pode ter
As alegrias de quando éramos crianças
Já não dá para vencer
A Sombra que Ninguém Vê
Então não tente esquecer
O Passado que mora em você
Canção que Cala os Prantos -----
Nós caímos e quebramos
Vítimas de nossa fragilidade
Quando entenderemos?
Os obstáculos da evolução
São vencidos com fraternidade!
Nós quebramos e choramos
Vítimas da noção de eternidade
Quando entenderemos?
Nós devemos devoção
À construção de nossa maturidade!
Nós choramos e esperamos
Perdidos e sós no fundo do poço
Quando entenderemos?
Esperar só nos afunda!
Precisamos é de esforço!
Nós esperamos e nos alegramos
Pois ouvimos a Canção que Cala os Prantos
Quando entenderemos?
A Esperança nua é um demônio
E jamais deveria ser aclamada em cantos!
Visitante II -----
Consciência e Arrependimento
Mas que caem no esquecimento
Esperança, Medo e Passado
Benefícios tão mal utilizados!
Por que tornamos uma visitante
Aquela que deveria nos acompanhar constantemente?
Por que não abraçamos o pesadelo horripilante
Que é utilizar nossa Mente?