Sou daquele livro,
daquela página...
daquela poesia...
Ela insiste em identificar-me.
Nomear com lirismo o acaso.
Conduzir a narrativa do olhar.
Até as coisas que se pertencem e
se perdem constantemente.
Sou do mosaico do vento.
Sou da esquina
E, ainda parcialmente
pertenço àquela risada
que ecoa meio satânica e
meio sensual.
Pertenço ao caminho,
aos passos,
aos tropeços e
a todas as hesitações.
A dúvida me pertence
E eu me entrego religiosa à ela.
Pertenço às minhas memórias,
aos meus ódios peculiares e
a raiva vulgar e inconformada
de ver as coisas seguirem
um script imutável e
previsível.
Pertenço à ironia...
ao sarcasmo que intrínseco,
nas incertezas mais recorrentes.
Mas existem horas...
que nada temos...
nem as palavras,
nem as roupas,
nem a alma e
nem os pensamentos.
Tudo nos é subtraído.
E então, não mais pertencemos
a nada...
a ninguém.
A subtração da juventude
aos poucos veem,
ano após ano..
A subtração da verdade,
pelos enganos
por vezes
tao grosseiramente cometidos.
A subtração da existência
que vem pela morte
silente, súbita ou parcimoniosa.
Das pernas nos subtraem as corridas.
Da alma nos subtraem a pressa.
Do corpo nos subtraem a leveza,
a firmeza e a gravidade.
Quando finalmente caímos.
Pertencemos à queda.
Ao chão.
E lembramos de ter ouvido
em algum lugar...
do pó viestes
e ao pó voltarás...
Vir e voltar
é o esquema do pertencimento.
Por vezes,
esquecemos de voltar.
Outras vezes,
nos esquecemos de vir...
E se há a partida sem aceno
e sem saudades.
Existem as reticências a nos redimir.
A deixar para a imaginação
a arte de pertencer e despertencer...
De se prender e se libertar...
De mergulhar e emergir.
De sucumbir e vencer.
De lutar e morrer.
Pertenço a mensagem.
Aos símbolos gravados nela.
No endosso da voz,
da ênfase misericordiosa dos
olhos..
do ritual dos gestos...
e do ballet esquisito
praticado a exaustão
pelos libertários...
Pertencer e despertencer
é viver,
conviver,
impregnar-se,
contaminar-se
com tudo
e por tudo...
Trazemos um pouco de tudo.
No pouco que há em nós.
daquela página...
daquela poesia...
Ela insiste em identificar-me.
Nomear com lirismo o acaso.
Conduzir a narrativa do olhar.
Até as coisas que se pertencem e
se perdem constantemente.
Sou do mosaico do vento.
Sou da esquina
E, ainda parcialmente
pertenço àquela risada
que ecoa meio satânica e
meio sensual.
Pertenço ao caminho,
aos passos,
aos tropeços e
a todas as hesitações.
A dúvida me pertence
E eu me entrego religiosa à ela.
Pertenço às minhas memórias,
aos meus ódios peculiares e
a raiva vulgar e inconformada
de ver as coisas seguirem
um script imutável e
previsível.
Pertenço à ironia...
ao sarcasmo que intrínseco,
nas incertezas mais recorrentes.
Mas existem horas...
que nada temos...
nem as palavras,
nem as roupas,
nem a alma e
nem os pensamentos.
Tudo nos é subtraído.
E então, não mais pertencemos
a nada...
a ninguém.
A subtração da juventude
aos poucos veem,
ano após ano..
A subtração da verdade,
pelos enganos
por vezes
tao grosseiramente cometidos.
A subtração da existência
que vem pela morte
silente, súbita ou parcimoniosa.
Das pernas nos subtraem as corridas.
Da alma nos subtraem a pressa.
Do corpo nos subtraem a leveza,
a firmeza e a gravidade.
Quando finalmente caímos.
Pertencemos à queda.
Ao chão.
E lembramos de ter ouvido
em algum lugar...
do pó viestes
e ao pó voltarás...
Vir e voltar
é o esquema do pertencimento.
Por vezes,
esquecemos de voltar.
Outras vezes,
nos esquecemos de vir...
E se há a partida sem aceno
e sem saudades.
Existem as reticências a nos redimir.
A deixar para a imaginação
a arte de pertencer e despertencer...
De se prender e se libertar...
De mergulhar e emergir.
De sucumbir e vencer.
De lutar e morrer.
Pertenço a mensagem.
Aos símbolos gravados nela.
No endosso da voz,
da ênfase misericordiosa dos
olhos..
do ritual dos gestos...
e do ballet esquisito
praticado a exaustão
pelos libertários...
Pertencer e despertencer
é viver,
conviver,
impregnar-se,
contaminar-se
com tudo
e por tudo...
Trazemos um pouco de tudo.
No pouco que há em nós.